terça-feira, 31 de julho de 2007

O inexorável



Essa noite foi engraçada, deitei bem agasalhada na minha cama, um soninho bom; mas sonhei com meu dente quebrando, estava bem horrível mesmo..., não sei se porque tenho dentista marcado para hoje ou se devo acreditar no dito popular, sonhar com dente é morte...esses ditos populares!! rs
Quando acordei hoje estava tudo absolutamente no mesmo lugar, nadinha diferente, fiquei um pouco mais na cama, não senti fome nessa manhã (isso sim, é estranho demais, sempre como bastante no café da manhã), liguei a TV e fiquei assistindo ao jornal da manhã; o telefone tocou quatro vezes, era a mesma pessoa, mas acredito que estava de sacanagem com a minha cara, pois falei várias vezes: Alô, alô, alô...e nada, a pessoa parecia nem estar me ouvindo, eu já tinha pensado em trocar a droga do aparelho telefônico, faz tempo que está ruim, mas hoje foi a gota d'água; decidi, por conta do problema do telefone, ir ao shopping perto de casa, assim compro um aparelho novinho em folha e não preciso mais gritar ao telefone. Fui tomar banho e como estava bastante frio coloquei na água quente, o que embaça todo o espelho, e na verdade detesto isso, pois tenho que passar a toalha para limpar e olhar a minha cara feia tentando arrumar o cabelo, de qualquer maneira, sempre dá para ver alguma coisa com o espelho embaçado, mas hoje achei bem estranho, estava embaçado demais e eu fiquei com preguiça de passar a toalha, tive quase a certeza de não estar me vendo, dei até a sensação de Saramago às avessas, no livro dele ninguém morre, e no meu estou absolutamente morta; palhaçada minha, sem relevância, por favor!
Fui ao shopping, direto à loja de telefones, ninguém olhava na minha cara, sempre falo que o carioca não atende bem nas lojas ou em repartições públicas, dá a sensação que eles pensam que estão te fazendo um grande favor por você está comprando ali, ou seja, fiquei tão indignada pela falta de atenção que desisti da compra do aparelho telefônico, lembrei também que tinha ganhado um de Natal, mas que estava esquecido em algum lugar do armário, vou usar esse, assim economizo; não posso esquecer o meu dentista hoje, tenho que telefonar para o consultório e confirmar. O que também estava estranho hoje, principalmente nessa minha saída, é que tinha um cara me seguindo, desde minha saída de casa, mas só tive certeza quando ele começou a entrar nas mesmas lojas que eu, o pior que nem tinha cara de maluco, era como dizia minha avó, um pão; a questão é que essa perseguição estava me incomodando, apesar da beleza dele, ninguém gosta de ser seguida, quem ver cara não ver coração, sei lá o que pretendia essa criatura estranha. Decidi ir até essa pessoa, ele já estava rindo, decidi comigo mesmo... é maluco, só pode ser, me segue, é lindo e está rindo com a minha aproximação, ou seja, é maluco. Fui direto ao ponto...
- Gostaria de saber porque está me seguindo à horas?
- Estou apenas observando seu comportamento depois de morta.
- Você é maluco? Que morta o quê, que coisa mais absurda, se você continuar seguindo-me, terei que chamar o segurança do shopping.
O incrível, é que ele começou a citar inclusive a minhas quatro tentativas de atender ao telefone, e nesse momento sei que estava sozinha; citou também a vendedora da loja de telefones, e foi falando...; posso dizer, ele era bastante convincente, mas não para me fazer acreditar que estava mortinha da Silva, era absurdo, ridículo, ninguém morre assim, despreparada, sem um aviso prévio, ainda mais, tenho dentista hoje, não posso faltar ao dentista, faz tempo que tenho um canal para fazer, demorei para conseguir marcar essa consulta, que coisa mais sem sentindo...morrer assim, só um maluco como esses para me dizer tal asneira.
Morrer...hum, até parece, Deus não seria tão brincalhão, além do mais, eu ainda nem escrevi um livro, coisas que estão na ordem natural de todo homem: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro; ora bolas, essa idéia de morrer nem ao menos passou pela minha cabeça pelos próximos...hum, 200 anos! Além do mais acabei de começar uma dieta e preciso perder pelo menos 5 kg, morrer acima do peso seria pouco glamouroso, tô fora, sem chance! Tenho certeza que o tal cara da perseguição é maluco, Deus não seria tão macabro comigo agora...ainda nem fiz a minha prova de mestrado, além do mais combinei com uma amiga que ela morria primeiro, e não estou disposta a perder uma aposta tão fácil assim, de maneira nenhum, peraí colega da lista de mortos, isso é ridículo mesmo, olhando com lógica, é simplesmente absurdo, além do que o dia está absolutamente normal hoje, inclusive estou me achando mais gorda, mortos são normalmente magros e pálidos, nesse sentido, tenho certeza: estou perturbadamente viva!
Depois desse embate de pensamentos e conversa mole com o estranho esquisito observador de mortos, fui para casa, decidi instalar o telefone novo ou velho, que estava no armário e confirmar com meu dentista, liguei e a secretária atendeu, dessa vez eram duas loucas falando alô, alô, alô..., eu sabia que este telefone estava uma M mesmo, devia ter comprado um novo, se não fosse aquela vendedora e a minha mania de economizar, teria usado o telefone tranquilamente para confirmar o dentista, de qualquer maneira, como já estava marcado vou mesmo assim. Novamente o telefone toca, já sei que não vou conseguir falar bem, a pessoa não vai me escutar por causa desse telefone horroroso, talvez seja até da linha telefônica o tal problema de comunicação, ou melhor, da falta de comunicação. Saí para ir ao dentista, infelizmente quando cheguei lá, um recado estava afixado na porta: "Viemos por meio desta avisar do falecimento do Dr. Joaquim Gouveia, sem mais". Fiquei literalmente petrificada, meu dentista acabava de falecer, pelo visto o meu dia estava girando em torno desse tema tal pouco agradável aos ouvidos. Decidi assim, voltar para casa, não tinha mais nada para fazer hoje, fora o dentista que certamente não poderia mais fazer meu canal, nem hoje e nem nunca mais, afinal tinha batido a caçoleta como dizem por aí, ido para o mundo dos pés juntos, enfim, morreu.
Chegando ao meu prédio vi que havia uma grande movimentação, ambulância e várias pessoas, fiquei preocupada, pois tinha uma velhinha no andar abaixo do meu que era insuportavelmente insuportável, mas não queria que ela estivesse mal, apesar de sempre bater com a vassoura no próprio teto para que eu pare com o barulho, que mesmo que seja um pulinho meu, para ela é uma festa rave das mais agitadas, enfim, fui subindo as escadas e percebi que não era no andar da velha, era no meu andar, e a primeira cara que eu encontro? O maluco do shopping parado bem no começo da escada, aquilo me gelou na hora, ele riu e disse: eu estava tentando avisá-la!
Empurrei o homem e entrei correndo no meu apartamento, minha irmã estava chorando muito e mais umas amigas, eu não entendia nada, pois ninguém parecia me ver, eu falava, gesticulava e as pessoas, pareciam não me notarem, aquilo estava me causando angústia, dentro do apartamento também tinham médicos e a polícia, era tudo estranho demais. Então aquela figura diferente e estranha vem em minha direção e me diz:
- Eles não podem te ouvir, você está morta!
- Saia da minha frente, não me faça perder a cabeça, isso é um absurdo sem tamanho.
- Entre no quarto.
- Farei isso imediatamente e vou te provar que isso é uma empáfia, uma brincadeira de mau gosto.
Quando corri para o quarto, o choque foi terrível, eu estava ali, mas ao mesmo tempo estava deitada na minha cama, imóvel, fria e morta. Corri em minha direção, e me sacudia, mandando que eu acordasse, que levantasse, era a coisa mais surreal ou experiência de pós-morte que eu nunca havia pensado antes, que nenhum programa de TV algum dia mostrou; o estranho estava ao meu lado e disse:
- É tarde! Sua hora chegou.
A gente sempre ouve isso das pessoas: "chegou a hora de fulano", mas ouvir de uma pessoa morta que a sua hora chegou...isso era incrivelmente desconcertante, paralisante, apavorante!
Caí no choro, sabia que estava realmente morta! Mas ainda não conseguia entender; eu era jovem, me achava inteligente e até bonita; tinha amigos legais, filhos, namorado, gostava de aventuras, andar no mato e tomar banho de chuva, tinha muitos planos ainda para realizar, a viagem para a Europa que eu nunca fiz, também nunca mais poderá ser feita; e a minha caminhada pelos vales do Chile...não acredito em tamanha crueldade, se ao menos eu estivesse com uns 95 anos, tendo feito muitas e muitas coisas na vida, mas não, eu ainda queria fazer milhões de coisas, ainda não tinha corrido nua na neve de Bariloche; nossa...queria ter comprado um livro semana passada, não comprei para não gastar e agora...não poderei comprá-lo jamais, devia ter gastado minha poupança com alguma coisa legal, que me marcasse agora depois de morta, só juntei e priu...morri.
Nesse momento vejo que estão mexendo nas minhas coisas, lendo meus escritos...ainda tento argumentar:
- Ei, ei, não mexe aí não!
Inútil, ninguém me escuta. A pior parte foi ouvir a divisão dos meus livros, mas isso eu já tinha deixado articulado antes da minha morte, alguns iam para as amigas mais chegadas, outros para as minhas filhas e todo o restante para uma biblioteca pública. A minha irmã estava mexendo nas minhas roupas, hum...ouvi que iam doar absolutamente tudo, está certo, só o vestido verde novo que eu queria usar no velório, ele me deixa bem, tipo Marylin Monroe...nem tanto, mas me deixa charmosa, e já que não tem jeito para essa certeza inexrorável, que eu vá em grande estilo, devia ter deixado isso registrado, além de querer ir maquiada, espero que tenham o bom senso de não me deixarem no velório sendo vista por várias pessoas, totalmente pálida, isso seria imperdoável, imperdoável.
Já estava até mais conformada, minha preocupação agora era: Para onde essa figura do shopping irá me levar?
Ficava pensando no inferno sartriano, aquilo era terrível, prefiro queimar a bunda! Sendo inevitável, fui falar com a figura estranha.
- E aí companheiro? Qual o destino, ou seja, lá o que se diga depois do passamento?
- Não se preocupe, siga-me!
- Muito fácil..."siga-me". Você é um cara realmente engraçado, vem aqui, me mata, me segue e ainda me manda te seguir. E por falar nisso, qual a causa morte?
- Parada cardíaca.
- Como assim? Eu não posso ter morrido do coração! Sou jovem demais...
- Mas foi exatamente isso. Lembra quando o médico pediu que relaxasse mais, tirasse umas férias e fizesse compras?
- Claro que lembro.
- Pois bem, deveria ter seguido o conselho, seu estresse te matou.
- Quer saber? Cale a boca e vamos andando, seja lá onde for é melhor do que ficar conversando "miolo de pote" com um morto.

FIM

sexta-feira, 27 de julho de 2007


Que mulher nunca sentiu?



Que mulher nunca teve;
Um sutiã meio furado,
Um tio meio tarado
Ou um amigo meio viado?

Que mulher nunca temeu;
Uma consulta dentária
Passar atestado de otária
Ou a incontinência urinária?

Que mulher nunca tomou;
Um fora de querer sumir,
Um grande porre de cair,
Ou um lexotan pra dormir?

Que mulher nunca sonhou;
Com o marido da melhor amiga,
Com a sogra morta, estendida,
Ou com uma lipo na barriga?

Que mulher nunca pensou;
Bater no marido com a panela,
Jogar os filhos pela janela,
Ou que a culpa não era dela?

Que mulher nunca penou;
Pra ter a perna depilada,
Pra aturar uma empregada
Ou pra trabalhar menstruada?

Que mulher nunca transou;
Uma boa onda natureba,
Escondendo uma pereba
Ou com o dono de uma jeba?

Que mulher nunca gozou;
Pensando que era amor,
Dentro de um elevador
Ou com a ponta do indicador?

Que mulher nunca sorriu;
Com o dente sujo de feijão,
Dum bobo com o pau na mão,
Ou apenas por obrigação?

Que mulher nunca pediu;
dinheiro que nunca pagou,
Um perdão que nunca rolou,
Licença que o “Chico” chegou?

Que mulher nunca perdeu;
A compostura no trabalho,
festa por um jogo de baralho,
uma amiga por um caralho?

Que mulher nunca dormiu;
Sem tirar a maquiagem,
Ouvindo muita bobagem,
no meio de uma sacanagem?

Que mulher nunca acordou;
Com um desconhecido ao lado,
Com o cabelo desgrenhado,
Ou com o travesseiro babado?

Que mulher nunca comeu;
Uma caixa de Bis, na ansiedade,
alface no almoço por vaidade,
Ou, um canalha por bobagem?

Que mulher nunca sofreu;
Um grande assédio sexual,
Dor de corno por um bossal,
Ou uma comichão vaginal?

Que mulher nunca imaginou;
Ser currada por um ladrão,
Dançar nua num salão,
Ou trepar gostoso num avião?

Que mulher nunca apertou;
O pé no sapato pra caber,
A barriga pra emagrecer
um fininho pra enlouquecer?

Que mulher nunca negou;
Que não estava ao telefone,
Que nem pensa em silicone,
que dele, não lembra o nome?

Que mulher suportaria;
Ser chamada de bolota,
Ter pau no lugar da xoxota,
Ou ler essa coisa idiota?

Do livro TAPA DE HUMOR NÃO DOI do grupo carioca GRELO FALANTE.
(OBS: Formado por cinco mulheres)

Hoje comecei um novo livro, a minha idéia é sair um pouco de Filosofia nas horas livres, tentei pegar um romance para relaxar a mente, mas um livro em especial, que não é romance, me olhou e quase salta em mim... Che Guevara-Política, já havia lido algumas coisas falando sobre essa figura pela qual tenho enorme admiração, mas estou gostando muito desse livro. Gosto quando mantenho uma relação com o livro, que me permite ir mentalmente aos lugares citados e me imaginar como telespectadora naquele exato momento da história, me imaginei acompanhando Che por todos os lugares, conversando com as pessoas junto com ele, tomando decisões, confabulando idéias entre companheiros políticos, derrubando o governo cubano (que recebia apoio estadunidense); quando Che começou com a idéia de ajudar as pessoas, pouco conhecia de Marx, sente-se assim, que era algo absolutamente genuíno, nascido da vontade de mudar as coisas, de construir algo mais justo do que o status quo, sem pieguices, ele era o Cara (rs!). Vou lendo e conforme for... contando!

quarta-feira, 25 de julho de 2007

TOC- Transtorno obsessivo complusivo



Fobias de Monk...todo mundo tem um pouco disso...identifique-se c elas!! De Monk e louco todo mundo tem um pouco.

Germes (Mysophobia)
Agulhas (Trypanophobia)
Leite (Lactophobia)
Morte (Necrophobia)
Cobras (Ophidiophobia)
Cogumelos (Mycophobia)
Altura (Acrophobia)
Multidão (Ochlophobia)
Elevadores

Abelhas (Apiphobia)
Afogamento (Aquaphobia)
Aranhas (Arachnophobia)
Barba (Pogonophobia)
Cães (Cynophobia)
Cheiros (Olfactophobia)
Crianças (Pedophobia)
Desordem ou sujeira (Ataxophobia)
Dirigir
Falar em público (Glossophobia)
Galinhas (Alektorophobia)
Geleiras (Megalopagophobia)
Pontes (Gephyrophobia)
Palhaços (Coulrophobia)
Lugares fechados (Claustrophobia)
Nudez (Gymnophobia)
Recém-nascidos (Tokophobia)
Relâmpagos (Astraphobia)
Rodeios
Sapos
Urina (Urophobia)
Vento (Anemophobia)
Voar (Aviophobia)

Acredito que a melhor definição que tenho de mim mesma, é a de um iceberg, quando as pessoas pensam que viram tudo ao meu respeito, existe uma imensidão ainda por ser descoberta...até eu algumas vezes acredito que conheço tudo de mim!

terça-feira, 24 de julho de 2007


A pane dos vôos no Brasil: CPI do Caos Aéreo, diante disso tudo, temos a ilustre idéia, da também ilustríssima ministra...

O que está acontecendo com o mundo

Quando penso nas minhas filhas, imediatamente vem à minha mente a imagem das outras crianças no mundo, que não tiveram a mesma sorte que as minhas pequenas, crianças que não tem comida, amor, sonhos e nem esperança.

A magia de ser mãe



Acredito que o momento mais importante da minha vida foi o dia que descobri que estava grávida, que dentro de mim alguém já existia, esse momento foi apenas superado pelo dia que descobri que não carregava apenas uma, mas duas vidas, duas pessoas. Ser mãe é literalmente alterar as leis da Física, pois dois corpos estão ao mesmo tempo ocupando o mesmo lugar, no meu caso, três corpos. Não conheço nenhum outro ser humano,exceto a mulher, a mãe, que posso dizer que carrega uma alma dentro de outra, não estou desmerecendo os pais (homens), mas a mulher tem umacaracterísca mágica, ela leva dentro dela outra alma, a mãe durante a gestação sente-se um pouco Deus, é como se o próprio todo poderoso nos desse a oportunidade de sentir esse milagre, realizado 50% pelo nosso corpo e 50% pelas mãos do Homem lá de Cima, no meu caso, eu carregava três almas, milagre triplo...rs! A mãe sente o filho crescendo dentro dela, estabelece uma relação que nenhuma outra pessoa consegue estabelecer, sente o bebê mexer, fazer gracinhas e dormir, sente reclamar de fome e esse vínculo permanece mesmo depois do seu nascimento, quando mesmo sendo mães de primeira viagem, sabemos diagnosticar choros, manhas, dores, sabemosexatamente o que sente essa pessoinha tão pequena sem que ela precise falar, quando ela nasce a primeira voz que reconhecerá será a da mãe e é exatamente essa voz que acalmará seus momentos de choro.
Ser mãe, é estar apaixonada por uma pessoa que você nem mesmo conhece a carinha, que nem sabe os gostos e que costumes terá, é amar o desconhecido, é ter certeza que é absolutamente capaz de dar a sua própria vida por essa criaturinha desconhecida, sabemos, nós mães, que se numa sala de cirurgia, no momento do parto o médico nos mandasse escolher, entre a nossa própria vida e a do bebê, escolheríamos a dele, faríamos essa escolha sem pestanejar, sem pensar duas vezes, pois mãe é abnegação.
Ser mãe, é se achar linda mesmo com a barriga cheia de estrias, celulite para todos os lados, uns 15 kg acima do peso, ficar com a boca e o nariz parecendo duas bolas, precisar de ajuda para tomar banho e deitar, levantar umas dezenas de vezes durante à noite para fazerxixi, ou querer fazer xixi sempre nos lugares mais inconvenientes, passar duas horas para entrar e sair de um carro, enfim demorar três vezes mais para fazer algo que você sempre fez com olhos fechados, mas sentir uma enorme gratificação quando sente o bebê mexendo; eu passei a gravidezinteirinha, sempre acompanhando o tamanho das minhas filhas, olhava que peso estariam, quantos centímetros, com que carinha estariam, se já estava tudo formadinho, passava horas na internet lendo, tinha uma tabela que ganhei do meu obstetra e adorava perceber como elas estavam desenvolvendo bem..., eu cantava para elas, conversava com elas todos os dias, contava como tinha sido meu dia e que as amava muito, parecia para quem olhava de fora um papo de maluco, alguém conversando com uma barriga...mal sabiam que elas sempre respondiam com umamexidinha, com um chutinho nas costelas...rs, tivemos altos papos, alguns que pareciam mesmo intermináveis.
Quando estamos grávidas sentimos que somos responsáveis por aquela pessoa que está dentro da gente, mas essa responsabilidade é real quando na sala de parto o obstetra nos apresenta cara-a-cara esse desconhecido que você amava já desde o começo da gravidez, e que amavaincodicionalmente, eu senti um nó na garganta quando olhei a carinha delas pela primeira vez, primeiro me deram a Ju, ela era enorme, tinha um buchechão lindo, estava toda sujinha de sangue, mas isso nem é notado na hora, ela tinha os olhinhos lindos e pareciam estar olhando para mim; depois me trouxeram aLuluka, que na verdade havia nascido 1 minuto antes da Ju, a Luka era mais magrinha, a Ju nasceu com 3,800 Kg e 47 cm e a Luka com 3, 370 Kg e 43 cm, parecia uma catita (aqueles ratinhos pequenos), mas era linda, parecia preguiçosa, nem se deu ao trabalho de abrir os olhinhos, mas depois me mostraria à que veio...tinha uma garganta bendita...rs, quando estava com fome então, era o maior grito que eu já pude presenciar; eu estava completamente apaixonada e confirmando apenas o que eu já sabia...eu as amava mais do que tudo nesse mundo, senti o peso da responsabilidade, mas acima de tudo senti a coisa maisgostosa desse mundo...amor!!
Cada detalhe do corpinho delas eu sei de cor, cada maneira de sorrir, conhecer a voz, saber quando querem me contar algo e estão sem jeito, conheço a personalidade, as características psicológicas, ontológicas e até epistemológicas...rs; elas sabem das coisas que gosto, sabem ao que me dedico nos estudos, eu sei o que elas gostam, do que não gostam, sei como dormem e a maneira preferida de deitar, como aJu se mexe à noite e como a Luka se encolhe no frio (fica parecendo um tiquim no gente), a Luka adora beijar, a Ju também, mas não gosta que eu fique apertando e abraçando...já a Luka adora. A magia sobrehumana de ser mãe, nenhum outro ser humano poderá sentir, pelo menos até onde eu conheço pelos métodos naturais e mágicos de Deus. Dizem que ser mãe é padecer no paraíso, acho que tem um certo sentido, mas mesmo quando fazem birra e depois nos deitamos antes de dormir e pensamos...rimos sozinhas com aquelas atitudes demolecas sapecas que sabem articular as frases para convencer, algumas vezes sem nem mesmo saberem articular as palavras...algumas vezes fazem coisas que temos que darbroncas , quando na hora gostaríamos de cair na gargalhada, mas para manter a moral, permanecemos firmes, mesmo que depois num cantinho escondido deixemos o riso correr solto, a ponto de chorar de tanto rir, isso já me aconteceu inúmeras vezes.
É simplesmente sobrenatural, ver uma pessoa que estava dentro de você, agora está fora, falando, brincando e trazendo felicidade para a vida, e isso nos faz querer sempre um mundo melhor, querer a paz no mundo, querer coisas que antes, talvez, não procuramos realizar com tanto vigor; ser mãe algumas vezes é até ser um pouco egoísta, quando eles nascem, nos comportamos como verdadeiras leoas, quando alguém vai visitar e pega de mal-jeito, nem sempre falamos, mas os nossos olhos são quase de águias, encima, cuidando...o que queremos é apenas o bem-estar dessas pequenas pessoas, que enquanto estavam em nossos ventres eram apenas nossas, depois que nascem não conseguimos fácil desvincular o cordão umbilical imaginário, que nos liga, nenhum médico com sua tesoura, consegue cortar, nenhuma psicologia freudiana com seuscomplexos edipianos , conseguem quebrar, ser mãe não tem manual, é instinto que nenhum outro ser humano, a não ser a mulher tem a possibilidade de experimentar. O amor que sinto pelas minhas filhas é a coisa mais pura que já senti por alguém, é a personificação do amor.

segunda-feira, 23 de julho de 2007


O que esperar da vida!
As vezes...bem naqueles momentos em que temos a certeza que a vida anda absolutamente perfeita, que nada pode estar errado, a merda do Murphy, manda seus enviados filhos da puta; desde que criança, mesmo antes de saber que existia essa figura dantesca, eu sempre achava que as coisas boas não duram para sempre, que sempre tem alguma coisa para atrapalhar...isso é a vida?
Outro dia, um idiota (só pode ser, pelas coisas que falou), intelectual não sei das quantas, disse que a vida tem que ter essas merdas, nos ferrarmos, ter sempre uma coisa ou outra para atrapalhar, senão a vida não teria graça...será que ele acredita mesmo nessa asneira? Não acredito que as pessoas achem bom passar fome, não ter escola, morrer queimado por uma bomba no Iraque, ter explodido em Hiroshima, isso tudo apenas para ficar satisfeito porque o seu dia não foi normalzinho...isso é balela, hipocrisia, para não dizer claramente que o ser humano é uma invenção na maioria das vezes...incrivelmente mau, egoísta e que deu errado. Fico olhando para as minhas filhas e quero tentar explicar às duas que nunca tentem passar por cima das pessoas, esquecer o quanto foram suas amigas em determinado momento da vida, quanto é importante manter os amigos, não ferrar com a vida do próximo...enfim, se Deus está realmente lá no alto, deve pensar todo dia..."o que esses macacos pensantes estão fazendo com as coisas que criei?" Não estou em absoluto generalizando, dizendo que todos os seres humanos são inumanos, apenas que deixaram de usar a sua maior capacidade...PENSAR!! Estão parecendo uns energumenos repetindo os mesmo erros, ainda maiores por não terem a decência racional de olhar para trás e perceberem o rumo da história futura; por falta de memória histórica, o homem degrada a natureza, constrói armas de destruição em massa, inclusive sabendo da possibilidade de estar entre as vítimas da sua própria criação...acredito, que se todos os países que hoje possuem bombas atômicas, por um surto de burrice (que tem sido demonstrado desde a sua criação) decidisse detonar conjuntamente, viraríamos bilhões de pedaçinhos de lixo galático no meio do espaço...será que isso acontecerá algum dia? Quem sabe...já que a ONU é apenas um orgão de "meu irmão, vamô parar com isso", ou seja, o orgão do deixa disso; é muito triste quando você começa a perceber que as pessoas estão mais preocupadas com seus próprios lucros, com a bolsa de valor, com a queda do dolar, deixaram de apreciar as coisas mais simples e bestiais, mas que pelo mesmo motivo que passa simplicidade, são também as mais agradáveis e gostosas de ser ver e sentir: deitar na grama e até ser mordido por uma safada de uma formiga, tomar banho de chuva, andar descalço na areia da praia, ficar olhando as estrelas mesmo da sua janela por alguns minutos, se deixar levar por um casal de velhinhos que passeam juntos e tem muitas histórias para contar...! Mas não é só isso, ter a sensibilidade de olhar ao redor e notar que alguma coisa está errada, procurar entender que as coisas não estão funcionando bem, andar na rua e perceber que há crianças nos sinais, quando deveriam estar numa sala de aula ou fazendo alguma atividade boa para a sua formação; notar que idosos estão abandonados em asilos podres por uma família bem pior, que pessoas trabalham e não têm o que comer e dar para os seus filhos no final do dia, e que por alguma razão isso as motivaria a cometer os piores atos criminosos...no fundo a evolução tecnológica do homem fez com que ele tivesse um retrocesso mental e solidário, talvez devessemos nos inspirar nos homens das cavernas, que afinal de contas viviam em comunidades e tinham uma divisão comum...
O homem ainda têm muito o que aprender, evoluir e pensar; a Lei de Murphy é uma verdade, mas ainda não desisti de tentar burlá-la, não devíamos nos entregar fácil à esse mundo cão, nem abrir espaço para os enviados de Murphy...sei que se as coisas estão ruins, de maneira pessimista, sabemos que ela ainda pode piorar, mas se não piorar...é lucro, vou agarrar-me nesse lucro!!